quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Células Sacanas e Leveduras



Herdo, pelo inevitável aprisionamento da espécie que me define em células e ego, algumas possibilidades nefastas. Sou humano e, por essa e outras razões, pertenço a incontáveis grupos de risco! Eu podia, por exemplo, ter câncer, mas, malandro que sou, prefiro ter sede!

Sou sujeito simples, digo, de gostos simples e, sede, me apetece mais que células mutantes se multiplicando desordenadamente em meu organismo. Simples, não? Ademais, sou avesso a quase todo tipo de tumulto. Porque tumulto, vira e mexe, dá câncer! E câncer, me cansa.

Prefiro mesmo a sede. Gelada e amenamente amarga. Dourada e borbulhante. Alva e cremosa! Colar? Toda a elegância de dois dedos e mais nada! Um só gole, no verão, e até a alma estremece refrescada! Quem, em sã consciência tem câncer se, tanta cerveja por aí!

Tão milenar que, sagrada. Amém! Renegada por romanos e por mim, lá atrás, mas, tempo que passa, sufoco romanices (sem blasfemar o rubro sangue do homem) e ergo a caneca (despudorado triângulo alcoólico-amoroso): “Saúde!” – Meu sincero desejo, a plenos pulmões!

Saúde para quem nunca teve câncer e, saúde, muita saúde, para quem teve. Saúde e sede! De cerveja. Se não, do que for! Beba! Deslize na boca o néctar mais refrescante. Se afogue de vida! E estremeça a alma. Beba o quanto puder, enquanto sedento. Mas nunca, de vida, sacie-se!

Um comentário:

Anônimo disse...

Cheers over tears!