domingo, 28 de novembro de 2010

Zico Global


Aquela linha era o que nos conectava naquele momento, e só a linha. A mais indireta e impessoal das conexões. Objetivos tão distintos que, invariavelmente, antagônicos. Um defendendo a liberdade e a vida; outro, o simples instinto de sobrevivência pela supremacia.

Perdi a batalha, o contato. Bem feito! Era um peixe pequeno, saciaria algumas horas de fome. Não passava de um bagrezinho insignificante e bigodudo, que, posso garantir, chacoteou minha derrota enquanto rebolava a vitória me dando as costas. Tinha o anzol preso à boca.

Joguei a praticidade urbana para o alto quando decidi que precisava de paz. Meus pais vieram do campo, meus avós idem. Sou de uma linhagem campestre que carrego orgulhosamente nas veias. Entretanto, menos presente que os glóbulos vermelhos do meu sangue anêmico.

Para piorar, jamais teria coragem de incutir um ataque a um mamífero, tal como eu. Eis a hipocrisia humana: Carne congelada é matéria amórfica, não tem cara de bicho. E peixe não chora, era minha única alternativa carnívora naquele antro rústico. Meu inferno particular.

Na cidade, grande metrópole, era respeitado. E a lei da selva urbana é medida em cifras, o mais poderoso detém mais números a seu favor. Pode ser esguio e debilitado, mas, poderoso se ações em alta. E eu liderava esse tipo de ranking. Só que a felicidade sempre mora ao lado.

Choquei o mundo dos negócios quando decidi que abortaria aquela vida frenética e estressante buscando a paz que todos os meus familiares só tiveram contato quando habitantes primitivos do mato mais virgem que nossa terra oferece: Os confins amazônicos.

Fui parar no Acre, com um sorriso que ocupava dois terços do meu ser. Leve como o grão de poeira que pousa em uma pluma. Não durou dois dias... Ali, responsável pela minha própria sobrevivência, tinha que conquistar, sem dinheiro, a energia que me sustentaria de pé.

E que falta me fez a grande capital (quando eu gastava pilhas de dinheiro em pratos ornamentados, elaborados e cheirosos (meu dinheiro mais bem investido)). Levei uma semana para conseguir manufaturar minha primeira vara de pesca, foi também a última. Um fracasso!

Não estava acostumado com humilhações públicas e aquele bagre contou para todo o Solimões sobre a minha impotência. Não podia ali com aves, carnes e, do bagre em diante, peixes. Restava-me os vegetais. Teria que descobrir o prazer nas folhas, tubérculos e frutos.

Não me fez mal as primeiras porções de inhame cru. Tampouco os açaís colhidos do pé ou as alfaces lisas e tomates extraídos diretamente de suas raízes. Passou a ser natural esse espírito naturalesco de vida, embora nem um dia sem sentir falta da carne suculenta na minha língua.

A sensação mais curiosa era a da resistência deles, seres quase tão amorfos quanto uma bandeja de carne congelada. Mas sacar uma batata da terra ou uma graviola do pé, era impor minha força sobre quem a possuía antes e, assim, subjugar o progenitor do alimento.

Não tinha esse ímpeto dominador, minha relação com a vida sempre foi de frieza e troca, geralmente oferecendo dinheiro por o que quer que fosse. Era mais fácil. Faltava ainda romper com esse veneno urbano de subsistência. Eu tinha que ser maior que o dinheiro, não?

É, não... Nessa busca pela redenção me embrenhei na mata fechada atrás de alguma tribo incorrompida. Quando encontrei, vislumbrei a limpeza do meu organismo poluído. Mas o pajé, dono de um português impecável, me recebeu na varanda da sua arejada casa de alvenaria.

E vestindo uma camisa do Flamengo, perguntou sobre minhas origens. Quis saber sobre o ídolo pregado à sua parede e tive que frustrá-lo, afinal, Zico tinha aposentado há vinte anos! Na semana seguinte, estava de volta à grande capital, currículos impressos. Feliz e renovado.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Sujeito Indireto


Já tem um tempo que eu to invisível pro mundo. Só que ultimamente também tenho me sentido invisível pra mim, sabe? Já sentiu isso? Uma sensação estranha de que se é espectador da própria história... Sei lá que história é essa... A forma como tudo aconteceu.

E tava indo tão bem. Saí da universidade já no meu próprio escritório e o telefone não parava. As coisas caminhando direitinho e num instante eu tava casado, condomínio de luxo e filhos no colégio bilíngue. A vida tirou férias e eu já não tinha mais aqueles desafios da juventude.

Meu sócio e eu éramos braço-direito um do outro, desde a época da faculdade. O cara se tornou um criminalista de primeira e eu, modéstia a parte, era muito competente, só que tributário. Não à toa nosso escritório decolou no primeiro ano, dois jovens recém-formados.

É... tudo ia bem! Aí um dia o cara me aparece morto e o mundo começa a desmoronar para mim. Por respeito a ele assumi sua família. Mulher e dois filhos. Uma fresca e um parzinho de mimados. Quase pirei para dar conta de todo mundo e de mim, no meio disso tudo.

As investigações iam bem. Uma morte bem embaraçosa: Estrangulado no próprio escritório, numa madrugada de terça-feira, com as calças arriadas. Não era vingança. Desconfiaram de crime passional e sua mulher o odiou, uma amante! Os filhos ainda resistiram mais um tempo.

Daí descobriram, com uma montanha de exames, que a amante era um homem. Ui! Os filhos só aguentaram até aí. Meu sócio, grande parceiro e amigo de todas as horas, um puta profissional de direito, passou a defunto, abandonado moralmente. Quase apagado. Ficaram os pais que, velhinhos, foram poupados dos detalhes. Eu me mantinha reservado.

E enquanto isso, administrava tudo. Os negócios, as famílias, a integridade dele. O sol ainda reluzia forte na minha pele. Liberdade, respeito, sucesso. As relações lá em casa, sempre tão mornas, esquentaram bastante. Minha mulher e eu, as crianças. Viajamos mais e nos amamos.

A família dele, ainda desamparada estava sempre junto. Tornou-se uma relação estranha e quase bígama, embora não houvesse verdadeiro afeto da minha parte ali. Era puro compromisso com alguém que teria feito o mesmo por mim se tivesse sido o inverso.

E como podia ter sido o inverso... Não demorou até os investigadores descobrirem que omiti uma série de evidências. Sim o assassino era eu. E sim, claro, o amante também. O motivo? Torpe e típico. Ele decidiu que não me amava mais, tinha medo de arruinar seu casamento.

Mas não tinha medo de arruinar minha vida, não é? Bebemos juntos, como habitualmente fazíamos madrugada adentro, e ele me vem com essa de “vamos deixar essa farra pra lá, não temos mais idade pra isso”. Eu amava muito aquele ordinário e sai por um instante de mim.

Bem, aí a ordem cassou meu registro e, grandes merdas, eu tava preso! Passei vinte anos lá, cela especial. Não tive uma só visita. Meus pais não foram poupados de nenhum detalhe. Sei lá que fim tiveram. Fui violentado, espancado, tatuado e jogava muito truco, nas horas vagas.

Essa foi minha rotina desgraçada. Com o tempo também fui esquecendo a vida que tive do lado de fora. Era isso ou a forca. Uma tremenda lavagem cerebral. Daí fecharam o caso e eu fui liberto. Não tinha mais nada a ver com o mundo. Eu tava em outra, pirando em mim mesmo.

Fui da minha cela direto para lugar nenhum. Não tinha mais endereço, profissão, família e minha maior referência era o tetra campeonato invicto de truco mineiro com o Peroba, que morreu de facada alguns meses antes de eu sair. Bom, sem o Peroba eu só tinha a rua.

Pra ser sincero não sei nem onde estou agora. Quando canso de um lugar, ando. Vou andando até acabar a cidade e ando mais, ate começar outra. Tento, sem muito esforço, me recompor, quando tenho momentos de lucidez. Aí descolo um bico qualquer e levanto uma grana.

Mas o peso do passado é muito grande. E se to sóbrio ele vem à tona. Aí eu enfio tudo o que eu ganho no fígado e durmo tranquilo mais alguns dias. Essa sensação de paz que me dá, depois do último gole, é um dos poucos prazeres que a vida ainda capricha em me fornecer.

Tenho sorte, acho, de ser hoje, esse resto de gente que eu sou. Não preciso de nenhum fardo social. Se eu quiser dormir no meio da rua eu durmo; se não quiser me limpar, fico imundo e fedido. Bebo cada centavo que esmolo porque é meu. E não olho no olho de otário nenhum!

Porque eu sou invisível, oras! Uma anomalia invisível que nem o cheiro podre permite se fazer notar. E honestamente, eu devia estar sóbrio quando me queixei disso... Haha, sóbrio eu fico mesmo um panaca. Caçando problemas. Bom mesmo é ser eu: Sujeito indireto da própria vida.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Feliz da Vida

                                                               Arte: Sueli Martini

Havia ali um homem feliz: Domingos. Completo idiota! Dono de uma felicidade genuína (habitualmente das crianças), sorria para tudo. Mais que para todos, ele sorria era para tudo! Não havia má notícia que tirasse o sorriso daquele bom homem. Irritantemente querido.

Domingos era do tipo inumano e não havia tempo ruim. Nem mesmo em dias de tempo ruim. Alguns tentavam estudar o bom astral daquele sujeito de vida medíocre. Torneirava em uma indústria de parafusos e, sem possibilidade de ascensão, especializava-se naquilo mesmo.

Era imbatível. Executava sua tarefa mecânica com maestria e, mesmo sem o devido reconhecimento, levava seu troco para casa no quinto dia útil. Sorridente, sentia-se recompensado pela vida. Não devia nada a ela e, nessa perspectiva, sentia-se grato.

Para Domingos tudo tinha jeito. Absolutamente tudo! As mulheres mais cobiçadas eram possíveis e os cargos mais altos seriam conquistados. Naquela cabecinha de ostra, os sonhos seriam, algum dia, alcançados. E todo aquele otimismo descabido, intrigava os da sua volta.

Inclusive Soraia, moça direita e boa cozinheira. Dotada de rara beleza. Assava os assados do homem, dia após dia, quando tinha o que assar. Na alegria e na tristeza, obrigou-a o padre. E levava uns safanões, às vezes, entendendo que a mistura era responsabilidade sua.

Domingos sorria, como se os tapas fossem doutrina doméstica à inocente mulher. Estava certo que antes que ela completasse vinte anos, aprenderia a fazer a comida render até o fim do mês. Soraia era a melhor mulher do mundo. Boa em respeitar a infidelidade de um homem.

Nunca reclamou uma só doença contraída no pouco sexo que faziam, afinal, o sujeito era bom homem. Tão feliz e inspirador. Voz mansa e jeito de covarde dengoso, jamais a desrespeitou em público. Todas as lições eram tomadas dentro de casa. Ali era homem, o íntegro sujeito.

E estava disposto as vinte e quatro horas do dia, contando seus sonhos possíveis em alto e bom som, para quem quisesse ouvir. Curiosamente, muitos ouviam e não duvidavam, tamanha era a sua confiança nas palavras. Domingos era um entusiasta. Que tremendo demagogo!

Só não conseguia se livrar do pequeno contratempo de urinar mundo afora, em todas as árvores, todos os portões, enquanto cantarolava as alegrias da vida. Gingava seu famoso passo descompassado, pé ante pé, pé sobre pé e, não raramente, pé para o ar, arrastando-se.

Por onde passava todos sabiam: “Lá vem Domingos. Maldito sujeitinho feliz, alguém tem que dar cabo nisso.” – E deu Soraia, subitamente corajosa, livrando-se pelo ralo do elixir mágico do marido. Passou um dia, passou o efeito, passaram as cores e a alegria.

Domingos passou a ser sujeito medíocre, assumidamente medíocre. Operário padrão, resmungão, sóbrio. Infeliz. A vida sorriu-lhe de volta, pela primeira vez. Não compassiva, mas, vitoriosa. E acenou cinicamente indicando satisfeita que o homem, enfim, não lhe devia nada.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Gemealidade e as Torres


Não se conheciam, aliás, nem se imaginavam. Mas havia quem os tivesse visto, individualmente. Cada um no seu próprio espaço geográfico. E provocava alguma confusão a cena improvável. Eram dois opostos ao mesmo tempo em que pareciam ser a mesma coisa.

Não tinham nenhuma semelhança, embora fossem um reflexo vivo. Filhos dos mesmos pais, com toda a certeza. E não eram, na verdade. Eis a beleza! A ciência, hoje, desmentiria. Havia uma distância oceânica entre eles. Dois continentes. E ficaria assim, não fosse pela tecnologia.

Jonas, um rapagão de dezoito anos, curtia sua recente libertação da infância. Descobria o sexo, as drogas, a arte e a noite, enfim, a vida. Passava muito tempo na rua conhecendo o mundo pulsante e cosmopolita da metrópole. Quando entediado, tornava-se recluso, com seu laptop.

Malaquias era esguio e pálido. Seus vinte e sete anos, tão injustos, lhe davam a sincera aparência de nove ou dez anos a menos. Não descolava os dedos do teclado e os olhos do computador, por isso, o talento para a informática era inevitável. Programava web sites.

Sábado à tarde para um, domingo de madrugada para o outro e, finalmente, se encontram no mundo. Ambos vagando pelo labirinto eletrônico da internet. Dois jovens com o mesmo interesse libidinoso de satisfazer-se sexualmente, cessando o ócio de um dia improdutivo.

A página exigia exposição pela câmera e os dois dispostos, pescoço para baixo. A língua universal da comunicação virtual os aproximou e provocou uma química maior do que a semi-nudez. Discutiram Nietsche e o antigo testamento. Wilde e a copa do mundo da África.

Eram dois homens com interesses comuns. Envolveram-se além da frivolidade sexual daquela página de conversação e trocaram contato. Permaneceram em uma relação intelectualmente carnal por meses, até o desejo converter-se em necessidade transcendental. Precisavam-se.

Continuavam oceanicamente distantes e não reconheciam-se pelos traços faciais. Era o que os diferenciava dos outros casais movidos à perversão, a propósito. Tinham o interesse intelectual além do estético e o fálico, além do estético (sacramentando, mais uma vez).

Com alguma racionalidade placebóidica, decidiram que transformariam aquela distância binária em proximidade tátil. Faltava corpo ao relacionamento. E era um relacionamento. Completo, apesar da tela de cristal líquido. Estavam mais conectados que a própria internet.

Programaram-se e, um deles (faz nenhuma diferença qual!), predispôs-se a forasteiro. O choque dominou-os quando reconheceram-se na definitiva versão estrangeira de si. Todo o aeroporto se arrepiou ao ver o calor passional daquele par de gêmeos amando-se no saguão.

A similaridade física, para os dois, consolidava uma particularidade que os casava até o infinito. Podiam ser mais predestinados? Burlesco... E quem poderia considerar a hipótese? Dois sósias, apaixonados. Andavam de mãos dadas e trocavam carícias públicas, alguns tinham vertigens.

Tocaram essa vida, conceitualmente incestuosa, felizes. Ninguém dizia que não. Despediram-se jovens, pela janela, no celular, atropelados por uma aeronave, envolvidos em um escândalo mais perturbador que a visão daquele amor, num dia onze, em um setembro nova-iorquino.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Benção do Novo Grande Amor


Desciam pelas bochechas, freavam no queixo e depois pingavam, sucessivamente. Eram tantas, e todas tão sinceras. As lágrimas mais sinceras que já escorreram daquele par de olhos. Entretanto, não era nobre a missão. Dar aquela notícia, naquela data, não era de fazer bem.

Mas não havia outro jeito. Tinha que ser naquela data, a mais funesta do ano. Aliás, calhou de ser. Infeliz coincidência. Continuar a enganá-lo seria um erro, tanquanto se enganar. Dali em diante haveria outro que consumiria seu tempo, seu coração e seria preciso aceitar.

Para tanto vieram os vivos, juntos. Assim se conheceriam todos e ficaria claro que o respeito estava acima. Não tratava-se de substituição mas, além disso, da vontade de viver. Não foi fácil olhar para frente na vida. Tudo tão instantâneo. Encarava a lápide e queria apenas redenção:

- Amorzinho, que difícil tarefa essa de explicar a você que não te abandono, embora assuma aqui, diante de ti, que tenho outro em minha vida. Não há premeditação ou vingança, embora esse sentimento de culpa. Não faço para punir-te mas, sabe, sozinha não dá...

Estava de joelhos, frente à estreita lápide, debulhando-se em constrangimento por, naquele momento, perante aos dois grandes amores da vida, declarar a troca de valores afetivos. O óbito pelo ávido. O passado pelo presente. Só um futuro possível, embora, só se abençoada!

E cada vez que dirigia a palavra àquele bloco inanimado de concreto, sentia o olhar afetuoso que a acolheu por todo o tempo durante a vida. Aqueles olhinhos dele. Por isso a culpa. De parecer não respeitar o sacrifício da dedicação plena. Sem troca. Altruísta e perfeita: Inumana.

E tratava-se apenas do ciclo natural da vida. A necessidade admissível de ter alguém para compartilhar as coisas daqui. Não se escolhe quem fica ou vai. E quem prefere a solidão? Ela não sentia confiança em declarar a injustiça de colocá-lo em segundo plano. Tão devoto e fiel.

Só que negar a ele, tão nobre companheiro, o reencontro da felicidade, seria como envolver todos em uma grande mentira. E então a própria felicidade viraria uma farsa sem sentido. Fazia exatamente um mês que tinha falecido e hoje era dia de finados. Infeliz coincidência.

Contou à lápide como se falasse pessoalmente que não perdeu um dia sem visitá-lo e, no fim da primeira semana descobriu, nos arredores do cemitério, aquele que seria seu novo grande amor. Não foi imediato, mas, autêntico. E ele, gentilmente, a acompanhou nos dias seguintes.

Foi um perfeito cavalheiro e jamais ousou ultrapassar os limites. Mantinha-se zelosamente em silêncio, preparado para o amparo que sabia ter de oferecer eventualmente e, quase sempre, ficava horas ali. Nunca sequer se apresentaram, mas se amavam. Ela, pela culpa, justificava-se:

- Faz uma semana que ele está comigo lá em casa. Na nossa casa. Dei boa parte do que era seu para ele. Roupas, acessórios, conforto e, o principal, meu coração. Me sinto uma cobra ingrata, às vezes. Espero que entenda que sozinha não dá. Não te deixo, mas, desejo que se aceitem.

Aproximou-os então. Duas faces do mesmo amor, complementares. O que era vivo, pela primeira vez, desviou seu olhar atento, em respeito ao pedido dela, e fitou a lápide, esperando aprovação. Foi até bem perto e levantou a pata traseira caninamente, demarcando seu território.