Estou todo lambuzado e estufo o
peito para dizer! Sabe aquele bolo de mãe que você espera babando, sem nem
deixar a cozinha, até que o bicho esfrie ao ponto de ser, categoricamente,
devorado? Era assim que me sentia até ontem, pois hoje, sujo, saciado e todo
lambuzado!
E que delícia! São só
palavras, mas, analogamente, são também só raspas de chocolates... Me esbaldei!
Tenho agora letras grudadas no rosto todo. Escorrem pelo pescoço e pousam na
altura do coração. Sinto-me sinceramente alimentado. Cada um com seus
nutrientes. Eu como letras!
Letras que se integram e se
agororobam, que formam um bolo de palavras, indescritível e saborosíssimo. Um
bolo de palavras que têm no topo, a cereja da personalidade. Não como-leio,
necessariamente, quem deva ser comido-lido, mas, apenas quem me sacia na pança
e no peito.
Vamos falar de amor! De sonhos
e de todas as nossas angústias. Vamos desabafar como se confessássemos ao
espelho nossos temores que, isso, me abre o apetite a ponto de roncar o músculo.
Conta para mim o que se passa porquê, assim, outorgo o tempero da minha alma.
A fome se mistura a falta de
apetite quando me alimento de porcarias, mas, quando como o nutriente certo, me
sinto com as energias recompostas. Chego a arrotar, ruidosamente, o alfabeto
inteiro. Pois eis o endereço, no topo da página, para garantir a veracidade do
dito!
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