Parece daninha, já que cresce irregular
por todo o redor, espalhando a camuflagem que enegrece, vagarosa e precisamente,
meu universo particular. Essa mata que protejo, dissimula um qualquer algo
sombrio, já há muito escancarado nos traços mais óbvios do meu rosto.
Brota, imponente e
irrefreável, do jardim da frente. Formando uma espessa barreira às trilhas projetadas
a me guiar entre as flores. Não sou um entusiasta das flores. Não! Convalesço apenas
por elas, coloridas e cheirosas e fincadas no chão, sujeitas ao abandono
assassino do homem.
Por isso então, brota de mim a
mata densa. Barreira, escudo e cerca. A negra mata do ostracismo e seus
espinhos imaginários. O selvagem capim escuro que desconhece foice, enxada,
rastelo e creme mentolado. Se espalha por cada poro e cada clareira, conquistando
todo o território.
Vertiginosamente vertical. Dominando-me
e abandonando-me de mim. Aí que reservo-me bicho. Ao arremesso dos restos, à
presença dos ratos. Aos entulhos. Tenho cada vez mais, uma expectativa menor.
Cresce o mato e vão-se as portas e portões. Ficam cobertas as janelas.
Até que só mato. E eu lá dentro,
esquecido. Envolto nas grossas e rudes folhas de capim-preto (alguns albinos). Aí,
enfim, baldio! Inculto, ou, analogamente, incultivado. Tão impenetrável que, em
seguida, floresta! E finalmente não mais um insignificante terreno improdutivo.
Agora, propriedade ambiental! Patrimônio!
Da humanidade! Sim, isso significa que de todos vocês! A improdução canonizada.
A vida eterna que almejei com muito desleixo e falta de vontade. Enquanto penso,
e desconverso, ouço o mato crescendo silenciosamente em mim.
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