Tenho quase certeza de
envelhecer na exata metade do tempo do corpo. E dessa vez não divago sobre a
velhice, mas, sobre a juventude. Uma juventude pura e tão mais forte que as
fibras e os músculos, pois, justamente, transcende o corpo que não hesita em se
esvair.
Sim, os cabelos brancos e
precoces que despontam daninhos por minhas têmporas não negam que a carcaça débil segue seu fluxo previsto. Só que a cabeça, nossa, essa é menina virgem e boba!
Pré-adolescente. Esbaldo-me em erros e anseios juvenis, apesar dos trinta.
Porque quinze, se é que me
entendem! Meu mundo de dentro gira a quarenta e oito horas por dia. Isso em
dias agitados! Tem dias que a desproporção é maior ainda, pois, o corpo dura nem
seis horas. Quando vejo, nem vi passar. O tempo só faz definhar o corpo e
morremos...
Morremos de corpo,
naturalmente. Com a cabeça assistindo, indefesa, que a vida acabou. Aos cem
anos, se sãos, seremos jovens ainda. Porque cinquenta, no máximo. E quando
digo que envelheço na metade do tempo, peço suas mãos e companhia, pois, todos
nós juntos.
Não conheço um que vinte anos
aos vinte, sessenta aos sessenta e, enfim... Somos metade do que vivemos, e
sempre seremos. Penso no desespero de ter trinta anos. Corpo e cabeça,
simultaneamente. Velho e chato, sem sombra de dúvidas. Quem é que quer uma vida
dessas?
Um comentário:
Um brinde a você, caríssimo! Mas com água apenas... pq se jovem é, nada de álcool por enquanto... só por enquanto...
Postar um comentário