Acho curioso como funciona a
cabeça da gente. Não digo interessante, acho mesmo é curioso. Porque me causa
uma sincera interrogação quando penso a respeito. A respeito das férias! Sim,
objeto de desejo do proletário preguiçoso, que não tem no emprego a grande
motivação.
Minha motivação são as férias!
Não quero fama ou fortuna, só férias. O esgotamento físico e mental ao longo do
ano para quinze ou vinte dias de paraíso. Nada com o que se preocupar e algum
trocado garantido para comer, beber e se esbaldar, bem longe daqui. Que mais da
vida?
Mas o curioso (é onde quero
chegar) é como estamos presos ao ofício do dia-a-dia como se as pernas ou os braços
de uma organização qualquer. Levamos três, cinco e até sete dias para
desligar-se completamente das responsabilidades que já não são mais nossas,
nesse período.
São férias, meu bom Deus! A
bonanza após a tempestade, e queimamos metade desse curto tempo com a cabeça a
dez mil quilômetros de distância. Não é capricho meu, sei. Mas o que me
atormenta, na verdade, vem depois, depois da turbulenta desconexão com o
trabalho.
Aí é paraíso! Como se de
férias escolares após cumprir o ano letivo. E natal que se aproxima. A sensação
de liberdade e renovação é plena. Como se o mundo aos pés e nem um problema
capaz de derrubar. Como se a mente vazia de preocupações. E só por uma semana.
Porque em seguida acaba. A
rotina retoma, os estresses e problemas estúpidos e irresolvíveis de todo dia.
Você respira fundo e se despede do paraíso. Sem jat leg, sem fuso horário. Em
apenas trinta minutos tudo está como era e, férias, só daqui a um ano e sete
dias. Fazer o quê?
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