quinta-feira, 18 de abril de 2013

A Ressaca das Férias



Acho curioso como funciona a cabeça da gente. Não digo interessante, acho mesmo é curioso. Porque me causa uma sincera interrogação quando penso a respeito. A respeito das férias! Sim, objeto de desejo do proletário preguiçoso, que não tem no emprego a grande motivação.

Minha motivação são as férias! Não quero fama ou fortuna, só férias. O esgotamento físico e mental ao longo do ano para quinze ou vinte dias de paraíso. Nada com o que se preocupar e algum trocado garantido para comer, beber e se esbaldar, bem longe daqui. Que mais da vida?

Mas o curioso (é onde quero chegar) é como estamos presos ao ofício do dia-a-dia como se as pernas ou os braços de uma organização qualquer. Levamos três, cinco e até sete dias para desligar-se completamente das responsabilidades que já não são mais nossas, nesse período.

São férias, meu bom Deus! A bonanza após a tempestade, e queimamos metade desse curto tempo com a cabeça a dez mil quilômetros de distância. Não é capricho meu, sei. Mas o que me atormenta, na verdade, vem depois, depois da turbulenta desconexão com o trabalho.

Aí é paraíso! Como se de férias escolares após cumprir o ano letivo. E natal que se aproxima. A sensação de liberdade e renovação é plena. Como se o mundo aos pés e nem um problema capaz de derrubar. Como se a mente vazia de preocupações. E só por uma semana.

Porque em seguida acaba. A rotina retoma, os estresses e problemas estúpidos e irresolvíveis de todo dia. Você respira fundo e se despede do paraíso. Sem jat leg, sem fuso horário. Em apenas trinta minutos tudo está como era e, férias, só daqui a um ano e sete dias. Fazer o quê?

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