quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Só Uma Ideia, Mas...



Eu, se não fosse frustrado e nem almejasse a escrita como ofício principal, seria designer de camisetas! Estampeiro, que acho que é como chamam. Seria criador de estampas, sim! Como dessas indie-rock-hipster que se valem do Mussum e do Madruga para dizerem o que querem.

Meu trabalho nasceria falido, eu sei, tenho apego muito forte à exclusividade nalguns quesitos. Propriedade intelectual é um deles. Gosto de pensar que criei algo e, quando crio, gosto de achar que me mereço a aquilo. Mas, tenho talento nenhum para a capitalização do que crio.

Que são só textos. E eles estão aí, boiando na sopa da internet, a ermo e em troca de alguns galanteios ao meu discreto talento. Mas isso também não vem ao caso, falo agora de camisetas e esse talento efervescente, que nunca saiu da minha fértil, mas, preguiçosa cabeça.

Ou saiu! Saiu sim! Uma só vez que foi para homenagear Wander Wildner. Por isso até hoje, nalguma gaveta do armário, eu tenho orgulhosamente “uma camiseta escrita ‘eu te amo’”. Parece uma grande bobagem, mas... Tenho ideias. Tantas que, entram e saem.

A mais forte delas, que não sai do meu ateliê imaginário desde o momento que inserida, é tão simples quanto boa: “FODA-SE”. Desse jeito! Branca; cem por cento algodão; letras garrafais; negrito; na altura do peito. Sem pontuação para não enfatizar birra ou desilusão.

Uma expressão diminuta, quase minimalista, mas que exige uma brutal personalidade. Vão me olhar intrigados, quererão saber se irritado ou desistido. Alguns pensarão no cinismo barato desse nosso mundinho fajuto, nos dias de hoje. E poucos sacarão (talvez só os mais próximos).

Que foda-se, oras! Simplesmente isso. Foda-se o que pensam, o que esperam, ou qualquer outra coisa. Estou cansado demais para me importar (não sempre, no dia dela (e acredito que se vestir pode ser uma forma de expressão (tal qual se despir))). Penso muito nessa camiseta!

Penso nela e, não coloca-la em prática, é exatamente todo o resto que dorme no berço da teoria em mim. Tão simples, tão encaminhado e, sempre postergado. Pera lá! Não era esse, aliás, o rumo que o texto deveria tomar, mas cá vou eu, dando um jeito de me lixar para mim.

Tentando “mimimizar” minhas crises. Esperando alcançar um pouco de carinho e redenção nos olhos benevolentes que me acompanham, pois, no alcance deles, espreguiço-me todo no sofá, domingo à tarde. A hora de ir atrás já foi, meus chapas! Estou atrasado. Aí, foda-se é uma ova!

Mas não se enganem, ainda faço a camiseta e, dessa vez, para a paranoia do fracasso, honrarei a expressão com todas as letras!

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