Eu, se não fosse frustrado e nem
almejasse a escrita como ofício principal, seria designer de camisetas!
Estampeiro, que acho que é como chamam. Seria criador de estampas, sim! Como
dessas indie-rock-hipster que se valem do Mussum e do Madruga para dizerem o
que querem.
Meu trabalho nasceria falido, eu
sei, tenho apego muito forte à exclusividade nalguns quesitos. Propriedade
intelectual é um deles. Gosto de pensar que criei algo e, quando crio, gosto de
achar que me mereço a aquilo. Mas, tenho talento nenhum para a capitalização do
que crio.
Que são só textos. E eles estão
aí, boiando na sopa da internet, a ermo e em troca de alguns galanteios ao meu
discreto talento. Mas isso também não vem ao caso, falo agora de camisetas e
esse talento efervescente, que nunca saiu da minha fértil, mas, preguiçosa
cabeça.
Ou saiu! Saiu sim! Uma só vez
que foi para homenagear Wander Wildner. Por isso até hoje, nalguma gaveta do
armário, eu tenho orgulhosamente “uma camiseta escrita ‘eu te amo’”. Parece uma
grande bobagem, mas... Tenho ideias. Tantas que, entram e saem.
A mais forte delas, que não
sai do meu ateliê imaginário desde o momento que inserida, é tão simples quanto
boa: “FODA-SE”. Desse jeito! Branca; cem por cento algodão; letras garrafais;
negrito; na altura do peito. Sem pontuação para não enfatizar birra ou
desilusão.
Uma expressão diminuta, quase
minimalista, mas que exige uma brutal personalidade. Vão me olhar intrigados, quererão
saber se irritado ou desistido. Alguns pensarão no cinismo barato desse nosso
mundinho fajuto, nos dias de hoje. E poucos sacarão (talvez só os mais
próximos).
Que foda-se, oras! Simplesmente
isso. Foda-se o que pensam, o que esperam, ou qualquer outra coisa. Estou
cansado demais para me importar (não sempre, no dia dela (e acredito que se
vestir pode ser uma forma de expressão (tal qual se despir))). Penso muito
nessa camiseta!
Penso nela e, não coloca-la em
prática, é exatamente todo o resto que dorme no berço da teoria em mim. Tão
simples, tão encaminhado e, sempre postergado. Pera lá! Não era esse, aliás, o
rumo que o texto deveria tomar, mas cá vou eu, dando um jeito de me lixar para
mim.
Tentando “mimimizar” minhas
crises. Esperando alcançar um pouco de carinho e redenção nos olhos
benevolentes que me acompanham, pois, no alcance deles, espreguiço-me todo no
sofá, domingo à tarde. A hora de ir atrás já foi, meus chapas! Estou atrasado. Aí,
foda-se é uma ova!
Mas não se enganem, ainda faço
a camiseta e, dessa vez, para a paranoia do fracasso, honrarei a expressão com
todas as letras!
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