segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Lambuzado de Incertezas



Quero poder escolher, sabe? Ando meio em falta com o poder da escolha. Aquela situação definitivamente minha em que, irrevogavelmente, decido: Não!; Sim!; com a exclamação da autoridade que me cabe. O direito meu! O par de colhões, na altura das coxas, que outorga.

Tenho andado meio eunuco, quando o assunto é escolhas. E por escolhas, me refiro a decisões. Tomar rumo das coisas. A vida é uma só, gente boa, e meu conselho é que se oponham a mim. Nessa falta de coragem, se oponham! Daquilo que faço da vida, se esgueire!

Que faço nada. Espectador sedentário e widescreen. Pipoqueiro lambuzado de manteiga. Peço pelo incansaço, mas, esgotado, durmo. Num olho de cada vez, desperto cabreiro, esperando que a tormenta tenha se dissolvido. Não se dissolve! Espera que eu desperte e me aperta.

Me estrangula na goela e encurrala: “Vai ser sempre fácil assim? Te espremo e te dreno e você... nada?” – Eu, nada, jovens! Desce sol e desce lua, sobe um de cada vez. Na minha cara (de pau e de babaca) brilha apenas o óleo da manteiga. Liso e reluzente. A pura gordura-trans.

Como se me dissesse que o caminho mais fácil é o melhor, que, afinal, é o que estou e que, por já estar, distancia-me do melhor caminho. Um caminho alternativo longe de ser fácil e, por isso e pela manteiga, longe de ser caminho. A insegurança que me move, e que me remove a paz.

Penso apenas em tomar decisões, mas, acabo tomando um drink. Que amortece e posterga o caos. De cutucar o vespeiro com a vara curta da incerteza. Alcoolizado, as picadas doem nada. Tomo mais um drink, pois, escolher entre o melhor e o mais fácil é treta que me transpassa!

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