O tempo é, sem dúvida, o mais
cruel dos tipos. Irreparável e vil, na cadência das luas que vêm e vão (coadjuvantes
multifacetadas), e dos sóis que sobem e descem, dia após dia e que, apesar de
qualquer céu, iluminam ultravioleticamente as profundezas da nossa sombria
existência.
Só o tempo, e mais nada e nem
ninguém, é capaz de impôr, cessar, sugerir ou exterminar possibilidades. Cada
sol e cada lua em nossa vida, meus amigos, é o holofote escancarado das
possibilidades diante de nossas débeis intenções. E somos, intencionalmente
dementes!
Devotos dos nossos sonhos mais
loucos e, reféns inválidos (e esquálidos) das nossas mais inúteis impossibilidades.
Ainda que, em algum momento da vida, com as luzes apontando direções mais
serenas e claras, escolhemos caminhos desiluminados, por puro capricho
aventureiro...
Pois somos desbravadores da
nossa própria teimosia e, apenas por isso, caprichosamente malsucedidos na
vida (exceto as exceções, é claro!). Somos aqueles que se frustram pensando e
que, lá na frente se dão conta que, talvez, fosse melhor do outro jeito. E eram
só dois, os jeitos.
Mas já não o são, porque,
apesar dos caminhos bifurcados, pernas para uma trilha apenas. E lá longe, com
os joelhos duros e barulhentos, com o
corpo rastejante, temos no jeito alternativo apenas um vislumbre. O mesmo
cintilante e bijutário vislumbre do equivocado caminho primo.
Enquanto isso, o tempo, algoz
das más escolhas, deleita-se com as rugas no rosto e com o irreversível
fracasso estampado no rosto. Somos metade carne (a dor, insustentável, em cada
terminação nervosa) e metade sonho (o afago, onírico, no corpo transcendental).
E mais nada!
Razão, é ilusão....
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