quinta-feira, 12 de junho de 2014

Deus e Diabo na Terra. E o sol?


Subo o tom e digo, em dó maior, que é necessário, em vida, eleger Deus e Diabo, na Terra. Apesar de qualquer credo ou transcendentalismo. Em terra. Duas entidades rigorosamente imbatíveis, tão frágeis quanto você. E lhes digo por bem, após trinta míseros anos e, quase mais.

Mas não respeitem meus trinta por mais que os dez mil dias de vida que deixei para trás. Meu respaldo resvala neste único e micho argumento. Se menos que isso, aceite, de bom grado, o conselho a seguir. Se mais, conteste, cronológicamente, pelo direito de ensinar-me a vida.

Mas, até que me interrompa, desembucho! Pela epifania súbita dos supracitados eleitos. Creio em Deus como creio no papai do extremo norte, mas, decidi de estalo que, um Deus palpável, humano e eleito, é crucial para meu desenvolvimento moral, físico, intelectual e todo o resto!

Tal qual o Diabo. O antagonista sujo a todas as qualidades inatingíveis que, inútilmente, almejo. A verdade é que, pela bagagem que carrego, carrego comigo, há mais tempo e, muito mais sacramentado, o Diabo de mim. Aquele que espelho e dedico minha existência, ao avesso.

E, nem por isso, essencialmente ruim, mas irremediavelmente oposto, de mim. Apenas por ser quem é. Apenas para que eu não o seja. Creio, aliás, que seja seu papel maior, carregar o fardo de se impôr socialmente com tudo aquilo que desprezo. Meu Diabo é, na prática, meu desprezo.

Já Deus, meu dilema atêico, migra feito vírus, entre corpos cristãos e pagãos. Entre moralismos e ceticismos. Meu Deus é uma vadia fácil e transitória, enquanto, meu Diabo, reina confortável e insubstituível. Já o sol, bem, o sol segue no alto do céu, fervendo minhas ideias...

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