domingo, 29 de dezembro de 2013

Eterna


Trançou as pernas, valendo-se da adorável sensualidade das tímidas, e ajeitou o cabelo. Sorriu, no deck patinado, e posou. Atrás, o oceano. Dava as costas para o oceano, como se não percebesse o infinito ao redor. Como se ele não estivesse lá. O infnito. Ela só não se importava!

Com o infinto, embora, reconhecesse o imponente bico de mar derramado ante os ombros. Naquele preciso momento, pretendia nada mais que a leveza da vida, apoiada num par de pernas trançadas, agraciada por um sorriso terno e contemplativo. Essa era ela, naquele cenário.

A pele branca, lisa e macia, misturava-se ao deck rajado de branco e ao céu pálido, coberto de nuvens. A água refletia o branco do céu. Era tudo tão claro e sem cor, tão aparentemente sem vida que, só ela, com seu vestido preto de bolinhas brancas e espírito leve, valia a paisagem.

Era a paisagem, ela. Pesada feito uma pluma, dona de si. Dizem que a porção de água que vem do alto-mar e bate na costa, volta para o oceano e se perde, no infinito. Jamais seria infinita. E não queria, porque naquela foto, com seu sorriso leve e suas pernas brancas, era eterna.

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