quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um Problema Nominal



- Nome?

- Patrício!

- Nome completo, por favor!

- Patrício Fezes...

- Pois não, senhor Patrício, em que posso ajudar?

- Preciso trocar de nome.

- Entendo, e porque quer trocar de nome?

- Não te parece óbvio?

- Talvez senhor, mas não tenho liberdade de presumir nada, na minha posição.

- Não suporto mais ser gozado nas ruas, em todo lugar.

- Mas senhor, você tem certeza disso? Mudar de nome é irreversível, não se pode fazer duas vezes!

- Acha que é um capricho? Que só quero “mudar” de nome? Eu quero é me livrar desse carma que está preso à minha família por gerações!

- Entendo... Mas não te preocupa abrir mão assim das suas origens, sua personalidade?

- Minha senhora, eu preciso mudar de nome, pode ser? Porque tantas perguntas?

- É meu dever, senhor, como tabeliã...

- Não é fácil a vida que levo, lidando com todo tipo de provocação! Ainda acabo fazendo uma besteira!

- Mas porque isso agora? Porque não mudou de nome antes de chegar a esse ponto?

- Venho tentando desde que tenho dezoito anos.

- O que deu errado?

- Quando completei dezoito, meu pai ainda era vivo. E um defensor mordaz do nosso nome. Tive receio de decepcioná-lo.

- E depois?

- Depois eu me casei. O tabelião julgou improcedente minha queixa e disse que mexer no meu nome só atrasaria as papeladas do casamento.

- Havia certa razão no argumento dele, devo dizer.

- Aí, finalmente, quando vi a certidão de nascimento do meu filho, entrei em parafusos...

- Então o senhor já é pai? E como é o nome dele?

- Como assim?

- Como se chama a criança?

- Patrício Fezes, ora...

- Ah, deram o mesmo nome...

- Sim, Patrício Fezes Neto!

- Mas isso não poderia ser evitado?

- Coisas da minha mulher. Aprontou essa maldita surpresa para mim e disse que meu amor pela criança superaria o trauma!

- Claro...

- Não dá mais para suportar isso, preciso me livrar dessa sina imediatamente!

- E seu filho?

- Volto aqui semana que vem!

- Ok, senhor Fezes, vamos ver o que podemos fazer.

- Gostei de você. Finalmente alguém capaz de entender minha aflição!

- Claro, senhor, entendo perfeitamente, já estive em situações muito parecidas com a sua! Agora preciso que assine essa papelada e que me diga seu novo nome, para a certidão.

- João!

 - O que tem?

- Meu novo nome: João!

- Mas e o Fezes?

- O que tem?

- Ãhn... Nada não! Eu pensei que...

- Não sou capaz de aguentar nem mais um “Paty” na minha direção!

- Claro, claro! Bem, aqui está! Considere-se, de agora em diante, oficialmente João Fezes.

- Muito obrigado! Que satisfação! Esse é o dia mais feliz da minha vida!

- Por nada,estou apenas cumprindo com o meu dever!

- Posso perguntar o seu nome?

- Pois não, é Maria... Maria Vagina!

3 comentários:

Anônimo disse...

Hohoho, vagina face forever!

Tati disse...

Eu nao entendi. Tabom, eu sou burra.

Anônimo disse...

Excelente!