domingo, 13 de março de 2011

Papel Pretensão


Deve haver por aí, quem não aspire ser alguém de destaque, nesse mundo de celebritismo instantâneo. Anarquistas! Não vejo mal nenhum em desejar um pouco de holofote, quando em reconhecimento. Mas em que, afinal, merecemos esse reconhecimento?

Penso, em primeiro lugar, que é esse o nosso papel na Terra. Vou além, nosso único e absoluto papel enquanto seres humanos: Destacar-se! Provocar qualquer mudança, para o bem e para o mal. Até o mal promove mudanças que sustentam nosso universo.

Eu, por exemplo, tive minha epifania há pouco mais de um ano! Uma doce e ambiciosa empreitada pelo mundo literário, antes mesmo de mensurar se dos bons. Apenas um anseio em destituir-me da mediocridade imperativa. Sem buscar o efeito disso no mundo, mas, em mim.

E essa mudança global tem ponto de partida: Eu! Mas calma lá, todos nós! Não tenho nenhum talento para a revolução, ao menos não às que ultrapassam os limites biogeográficos do meu corpo. O resto, o mundo que gira se reinventando, isso vem com o tempo. Natural aos inquietos, penso.

Mas e essa invencível batalha contra a mediocridade? Contra a preguiçosa e poderosa inércia. A bunda no sofá, a cerveja na mão, o sedentarismo generalizado. Generalizado quando domina corpo e mente. Acorda, trabalha, come, dorme. Replay, replay, replay...

E aí está o trabalho, ópio do povo, a boa desculpa dos medíocres. Toma todo o tempo, a energia. Minha desculpa: “Ando trabalhando demais”, a sua: “Eu também!” – E quem não? E para quê? Para comer... Vivemos à sobrevivência, apenas postergando a morte.

Ora, morreremos! De fome ou desgosto. E o mundo? Ele seguirá por aí, girando, girando. Intacto. E nada mudou no eixo piônico. Porque você precisava comer, porque achou que o trabalho era sua única fonte de nutrientes. Porque teve medo do mundo...

Ta certo, pego mais leve, tenho eu, medo do mundo também. Não sei o que vai ser amanhã e, ás vezes, nem quero! Mas noutras vezes (indefectível equilíbrio) o medo é justamente a chave para minha inspiração. E o medo é quem estimula essa pieguice em mim.

Pois ofereço o meu pretensioso papel, enfiar nalguma brecha do mundo, a cheerleader literária que existe em mim. Caneta, papel e pompom. Uma porção de palavras fraseadas. Líricas e concretas, diretas e indiretas.

Responsáveis, todas elas, pela mudança que você provocará no mundo, e, porque não, de carona, pelo registro à minha inesgotável batalha contra a mediocridade particular. A luta da minha vida.

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