quarta-feira, 4 de julho de 2012

Ode ao corinthians



Sou como os cem milhões de brasileiros que não os trinta errantes: Odeio o corinthians! Sim, sou como cada um destes cem que tem motivo nenhum ou qualquer motivo torpe para o ódio. Mas, mea culpa universal, que motivo mais justo para o ódio que motivo algum?

Por isso então odeio, e é de coração! Sincera e verdadeiramente odeio! Com intensidade maior, às vezes a alias, que alguns de meus amores mais puros. Mas, nos dias de hoje, tornou-se inútil e desisti de encontrar razão para isso. É apenas para ser assim e ponto!

Noutras ocasiões tentei justificar o sentimento em alguns torcedores mais exaltados, depois pela marra de um ou outro ídolo arrogante e presunçoso, aí a inveja pela imensa massa apaixonada e, mais recentemente, a soberania sem fim sobre meu time.

A verdade é que no Brasil, o clube do parque são Jorge não é um clube qualquer, é uma instituição nacional que se escolhe amar ou odiar. Escolhi convicto o lado do ódio e não me arrependo (rendeu muitas alegrias). Até que hoje me caiu a ficha do grande dilema:

Libertadores da América! A menina dos meus olhos, nossa eterna namoradinha agora em braços corinthianos, dançando essa dança inédita em plena terceira idade. E o pior, envolvida nos passos brutos e feios da retranca. E eu, enquanto isso, assistindo atado ao baile.

Pois do contrário, para estragar a festa, só se tango! E tango, apesar da beleza, não dá! Não outra vez! Pois eis o maldito dilema: corinthians ou boca? Roto ou rasgado? Passei algumas horas sem dormir (poucas, que tenho mais o que fazer!) pensando a respeito.

Se corinthians, cai finalmente meu último porto seguro e nada mais terei na manga para dissimular a inferioridade atual do meu Soberano. Se boca, boca... Mais um argentino no topo. Mais uma vez o pior deles. O cortinthians portenho e intercontinental.

Pelo menos no primeiro duelo, paz. Pena que não dá para ser assim para sempre, pena! Hoje, mesmo se empate, alguém leva a droga do caneco para casa. Dentro de instantes, logo menos. A mim, resta pouco senão a anestesia do álcool e a esperança de dias melhores, ano que vem.

Porque não há resultado que me faça feliz essa noite, pelo contrário! Mas, contra os prognósticos, tomei uma decisão: Vai curintia! Faça sua obrigação e sepulte de vez a birra que provoca em todos nós, das outras delegações. Enterre o boca e toda a prepotência argentina.

Vai curintia! Ser campeão da libertadores, que o mundo está a seu favor. Vai curintia, pelos grandes amigos errantes que aprendi a ter e porque não sei mais como lutar contra. Mas não se esqueça, nunca e por favor, que meu cooperativismo hoje é só meio tempo no ódio.

Porque, de amanhã em diante, é vai curintia, e você sabe bem para onde!


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