Sabe do que mais sinto falta?
De nada! Sim, a mais pura e autêntica falta de coisa qualquer. Simples assim, simplesmente
nada! Na cabeça, na agenda e no dia seguinte. Com o perdão da palavra, a PORRA
NENHUMA! A cabeça oca de conhecimento, comprometimento, e do resto.
A mim, liberdade! Em stand by para
aquilo que vale a pena. “Vamos lá ver as estrelas?” – “Vamos!”; “Topa descer a
serra hoje e voltar amanhã?” – “Topo!”; “Cinema em vinte minutos?” – “Ô!”. E
porque nunca mais? Porque não tenho tempo para nada, ou, para o nada!
Logo eu que abomino a submissão à falta de
tempo (que é a grande desculpa dos preguiçosos), pois gosto é de crer que
fazemos do nosso tempo o que bem entendemos, bem ou mal. Mas venho há muito me submetendo, deixando de lado algumas das coisas que gosto e que me dão norte.
Tudo em nome da economia de
energia às coisas enfadonhas que, no fim, só nos arrastam para o buraco (e só
percebemos no fim). A grande crueldade da vida é a inércia que empurra nosso
corpo para as coisas chatas, nos obrigando a correr incansavelmente para outra
direção.
Como se a felicidade não fosse
natural, mas, uma conquista. E a vida trata de entupir nossa cabeça de compromissos e responsabilidades e pressões (sociais, morais, profissionais),
deixando muito pouco espaço para o nada que antecede as grandes revoluções da gente.
O abençoado ócio! Ou o bocejo
furtivo, mergulhado nalgumas páginas de Descartes durante o desjejum do fim
da manhã, despegado dos ponteiros do relógio. Eis o caminho certo para a
conquista da felicidade e a superação sobre os obstáculos impostos: Descartes no café
da manhã!
Enquanto isso, eu no “Bom Dia,
Brasil!”, uns quinze minutos e rua! Respirando esse ar blasé para a vida que
vale a pena. Acreditando que largar mão da felicidade imediata, é colhê-la no
futuro. Sabendo que não há futuro algum e louco, para apenas sentar num banco e ver o mar.
Sem culpa, nem pressa. Por horas!
2 comentários:
Sou adepta do ócio construtivo, cabeça tranquila e coração em paz e como moldura: a visão do mar! Adorei!
Saudades do mar...
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