domingo, 13 de maio de 2012

A Porra Nenhuma



Sabe do que mais sinto falta? De nada! Sim, a mais pura e autêntica falta de coisa qualquer. Simples assim, simplesmente nada! Na cabeça, na agenda e no dia seguinte. Com o perdão da palavra, a PORRA NENHUMA! A cabeça oca de conhecimento, comprometimento, e do resto.

A mim, liberdade! Em stand by para aquilo que vale a pena. “Vamos lá ver as estrelas?” – “Vamos!”; “Topa descer a serra hoje e voltar amanhã?” – “Topo!”; “Cinema em vinte minutos?” – “Ô!”. E porque nunca mais? Porque não tenho tempo para nada, ou, para o nada!

Logo eu que abomino a submissão à falta de tempo (que é a grande desculpa dos preguiçosos), pois gosto é de crer que fazemos do nosso tempo o que bem entendemos, bem ou mal. Mas venho há muito me submetendo, deixando de lado algumas das coisas que gosto e que me dão norte.

Tudo em nome da economia de energia às coisas enfadonhas que, no fim, só nos arrastam para o buraco (e só percebemos no fim). A grande crueldade da vida é a inércia que empurra nosso corpo para as coisas chatas, nos obrigando a correr incansavelmente para outra direção.

Como se a felicidade não fosse natural, mas, uma conquista. E a vida trata de entupir nossa cabeça de compromissos e responsabilidades e pressões (sociais, morais, profissionais), deixando muito pouco espaço para o nada que antecede as grandes revoluções da gente.

O abençoado ócio! Ou o bocejo furtivo, mergulhado nalgumas páginas de Descartes durante o desjejum do fim da manhã, despegado dos ponteiros do relógio. Eis o caminho certo para a conquista da felicidade e a superação sobre os obstáculos impostos: Descartes no café da manhã!

Enquanto isso, eu no “Bom Dia, Brasil!”, uns quinze minutos e rua! Respirando esse ar blasé para a vida que vale a pena. Acreditando que largar mão da felicidade imediata, é colhê-la no futuro. Sabendo que não há futuro algum e louco, para apenas sentar num banco e ver o mar.

Sem culpa, nem pressa. Por horas!

2 comentários:

Diva disse...

Sou adepta do ócio construtivo, cabeça tranquila e coração em paz e como moldura: a visão do mar! Adorei!

Fabiano Malta disse...

Saudades do mar...