domingo, 4 de março de 2012

Deus?


Quanto mais me aproximo da religião, mais me afasto de Deus. E cada vez mais, de uma forma menos reversível. É que quando os homens falam (e não me importa se latim, hebraico, árabe ou sânscrito), o fazem por conta, na interpretação autoritária e na manipulação das palavras.

Subvertendo maquiavelicamente a simplicidade poética das sugestões de conduta moral, impressas nos seus sagrados manuais sociais. Pois, toda a austeridade versícular ali descrita, não cabe na nossa sociedade, com a contemporânea revolução de equilíbrio dos direitos.

E os homens (coisa que digo com conhecimento de causa), são inexoravelmente corruptos! Na moral, na ética e na podridão do fígado e dos pulmões. Defendem interesses muito mais particulares que a dimensão do Deus regente. O qual, por acaso e supostamente, defendem.

Somos nós, aliás, grandes e particulares demais, hoje em dia. Para os dogmas milenares do Torá, do Alcorão, da Bíblia e do Manifesto Comunista também. Culpa dessa satânica sociedade da informação, que nos convenceu que todos os livros sagrados têm lá suas luzes e trevas.

E simplesmente pela obviedade de nada estar tão certo ou errado que mereça o céu ou o inferno. Mas, pelo orgulho imbecil do estandarte a uma bandeira divina, nos obrigamos a negar tudo o que não for do “Deus meu”. Como se uma escola de samba ou time de futebol.

É o tal do fanatismo... Tão baixo e acéfalo que, deveria soar pejorativo da boca para fora. Como “cretino” ou “estúpido”, seus primos mais próximos, na classe dos adjetivos. Mas há que se galanteie e se melindre com a infeliz atribuição. Pobre tapado...

Pois, o que tento dizer, entre todos os meus rodeios, é que fanatismo (segredo nenhum) é estupidez em qualquer lugar: No céu, nos estádios, nos escritórios e no showbizz. É a mais impermeável intransigência na qual o homem, pequeno na alma, pode se submeter.

E Deus, me convenceram (com seus méritos, mas), ainda antes de eu me auto desconvencer da causa, é estado de espírito, mais que sobreposição à crença alheia. Deus é pacificação no caos, e só! E o que mais? É como paladar ou atração sexual e intelectual. Quem questiona?

Cada um com a sua. Cada um com Deus. Seu Deus! À sua maneira e no seu íntimo. E para o magistrado, a responsabilidade de organizar a sociedade, tão mutante a cada geração. Afinal, Deus não pune, apazigua. Não como um abraço de mãe, mas como fadas, gnomos e álcool.

Um comentário:

Tatiana Basso disse...

Até que eu gostei...