terça-feira, 30 de março de 2010

Hiato com Pipoca


Um breve hiato cinematográfico. Uns pensarão que abandonei o interesse fílmico, outros que acabou a pipoca. A verdade é que cinco filmes passaram por mim nesse período. Quatro respeitáveis e um quinto que, bem, tinha pipoca! Não vou me prender à cronologia, pois, nem todos continuam em cartaz. Que se converta em dica de locadora!


E, além disso, aproveito para justificar (com um filme, é evidente) o motivo da minha suposta indisposição: “Onde vivem os monstros” me abateu catártico e extasiou serenamente. Já explico! Aproveito também e antecipo me dedicar em paralelo à experiência social do cinema, tal qual à beleza visual e sensorial dos frames sobre frames.

O tal “Onde vivem os monstros” era, desde quando pintou nos sites de download no ano passado, minha grande expectativa para 2010. Não baixei! Vi e revi o trailer. Recebi a trilha sonora de presente e cantarolei semanas as cantigas inventadas por “Karen O and the Kids”, uma banda artificial, montada para o filme pela vocalista dos “Yeah Yeah Yeahs” (além de ex do Spike Lee, diretor da obra) e um punhado de jovenzinhos eufóricos, embalados num coro folclórico e infantil. Delicioso.

Um filme para não se ver sozinho, desprezo essa oferta! Fiz questão de arrastar boa parte dos elementos mais essenciais à eternização do momento, fiz bem. Afinal é peça de entrelaçar os dedos às mãos da poltrona ao lado e se encantar com as expressões de monstrinhos mais que expressivos. A trilha complementa. O enredo é simples: Um garoto endiabrado foge de casa após um desentendimento familiar qualquer, e rema até a ilha que, naturalmente, abriga os tais monstros. Lá ele é eleito rei e passa a ditar o novo manual de conduta daquela comunidade. O resto é por conta. Uma obra sutil e indispensável, sublime na combinação áudio/visual.

Outro filme desse período: “A fada dos dentes”, dublado. Boa companhia, boas risadas, pipoca.

Aí surge “Tokio”, uma obra franco-japonesa (sendo isso possível ou não), de três media-metragens sobre a capital da capital do Sushi. O interesse nasceu durante o trailer em outro filme (não me lembro qual), e nasceu porque a direção de um dos medias era assinada por Michel Gondri, um francês que aprendi a gostar por influência declarada de uma amizade influente. Nessa exibição fui solo, coube. Descrever a película é inútil, cult. A agradável surpresa foi descobrir uma Tokio menos sintética e high tech e mais humana, verdadeiramente humana.

Então “Lembranças” veio como duvidoso convite virtual de alguém que não costuma deixar dúvidas. O aceite era inquestionável, valeria a pena ainda que Robert Pattinson não valesse. E vale! Uma experiência memorável para uma sexta-feira delicada, de uma fase turbulenta. O filme caminha tranquilo, sem maiores pretensões, linear. Vai assim até o fim, mas, por um discreto e poético sismo do roteiro (e no momento certo) vale o ingresso. Vale Pattinson. A noite dessa experiência ainda se estendeu, longa. Rendeu discussões calorosas, consolidou sentimentos e amansou feridas passadas, histórias paralelas. O enredo do filme? Drama. Basta.

Por último e, talvez, por coincidência, “A Ilha do Medo” foi minha última experiência, há menos de uma semana, muito bem acompanhado. Cabeças pensantes! Como em “Sangue Negro”, a trilha conduz o enredo com primor. Entra na cabeça como inseto ruidoso e bate nos tímpanos incessantemente. Enlouquece. A obra, a propósito, lida exatamente com a loucura, em um sanatório americano no pós-guerra. A direção é do Scorsese, fruto maduro de uma velha proposta a uma nova Hollywood, autoral. Erra pouco. Mas, se pecou em “A Ilha do Medo”, foi pelo excesso de explicações, evidências. Uma boa dose de dúvidas e auto-conclusões não fariam mal algum.

Daí me desliguei do que está em cartaz ou entrará em cartaz. Espero agora por Alice, Burton, Depp. E quem não? Ao mesmo tempo, pareço restabelecido para as críticas. E, como artifício facilitador, desde sábado (e por mais um ano) readquiri o direito de frequentar duas vezes mais o cinema: Estudante. Portanto, passivo, aceito convites. Em dobro!

4 comentários:

Anônimo disse...

Rá!

Anônimo disse...

Rá!

Fabiano Malta disse...

Anônimo... Anônima! Rá!

Má! disse...

eu fiz parte duas vezes!!!!!!!!