domingo, 21 de fevereiro de 2010

Chuva de Sangue


Sangue. Muito sangue. Litros e litros de secreção espessa e vermelha. “Ninja assassino” extrapolou os limites da violência para redefinir os filmes de artes marciais. Cabeças decepadas, braços e pernas arrancados e vísceras mutiladas, tudo com a delicadeza de espadas e shurikens afiadíssimas, como se deslizasse sobre a superfície de uma manteiga em temperatura ambiente.

O filme de James McTeigue é um ode à violência explícita e é preciso saber deste fator e se interessar pela causa, pois, nesse quesito a película é primorosa. Noutros, peca.

Trata-se de uma história de vingança (e violência flerta com vingança há séculos) permeada por um discreto amor interracial que não desenvolve. A construção do enredo soa apressada e ignora alguns detalhes de contextualização, alguns personagens atravessam sem propósito pela história e, a primeira cena, embora magnífica aos amantes da brutalidade exacerbada, apresenta sinais de falta de coesão na medida em que o filme se desenrola.

O personagem principal é Raizo, interpretado por um jovem artista poliperformático, o coreano Rain (ou Bi, como parece que dizem por lá). O talentoso garoto é, além de ator, também dançarino, modelo, empresário e um pop star fenômeno em seu país natal. Segura muito bem a caracterização do protagonista e, felizmente, não se veste de ninja rancoroso para cantar. Sem deméritos, mas ninja que faz cara de mau, não canta!

Bem, voltemos ao início: O que me atraiu à sala de cinema neste caso, confesso, foi a possibilidade de um novo estilo ao encalacrado Kung Fu. Pancadaria, na verdade, não é minha área. Costumo dizer que não sou macho para o cinema. Filmes de guerra, terror e artes marciais estão mais para o meu irmão, macho mesmo! Aliás, foi ele, minha indefectível companhia nessa exibição.

Porém, ainda que distante das minhas preferências ousei investir e não há arrependimento. Compactuo com meu irmão (um grande conhecedor) ao atendimento à proposta brutal. Repito que é preciso saber que o filme vai oferecer mais ação que razão. Uma apresentação mais aos olhos que ao intelecto.

E, se cabe informação adicional, James McTeigue é o diretor de “V de Vingança”, um filme que não atingiu minhas expectativas. Mas, bom nisso de promover expectativas em mim, Mr James dirigirá (segundo descobri nesse instante pelo imdb) “The Raven”, conto clássico de Poe. Já me garantiu!

2 comentários:

Anônimo disse...

Como assim?? Você nem me conta? Tem certeza sobre a última informação? Aguardo resposta!!!

(Fer).

Anônimo disse...

Ah, quase esqueci... a imagem é fantástica! De onde veio? Pode abusar delas aqui no seu blog. Acho o máximo, super expressivas!

(F.)