domingo, 28 de fevereiro de 2010
Bukowskool
Quatro e meia da manhã, madrugada de domingo. Só uma coisa passa pela minha cabeça. A noite acabou, fim de semana acabou, inspiração ébria acabou. Só uma coisa passa pela minha cabeça. Não há mais bares, nem companhia, nem vinho, cerveja, tequila ou rum que desça suave garganta abaixo. Toda bebida é amarga quando se bebe sozinho. Só uma coisa passa pela minha cabeça. Estou em casa com as ideias girando com os meus olhos, que giram com o meu quarto. Só uma coisa passa pela minha cabeça.
Tiro do meu armário uma meia garrafa de Bukowski. Podia recorrer ao computador por uma versão mais densa e encorpada do trago, mas, no armário as doses são velhas conhecidas minhas. Às quatro e meia da manhã, preciso de amigos, não de novidades. Mas aceito, vez ou outra, um qualquer par de pernas. Desço gole a gole cada um dos desabafos mais melancólicos que Bukowski me oferece. Amargo. Me entorpeço ainda mais. Meus olhos giram, meu quarto gira, meu mundo gira. E só uma coisa passa pela minha cabeça.
Enquanto as horas secam na velocidade marota da madrugada, absorvo mais e mais do gosto verde de fel que as doses solitárias proporcionam ao paladar. E ao cérebro. Tento pensar nas mil coisas que me atormentam. Mas nesse momento, nada me atormenta. Minha visão turva não enxerga nada que não seja ainda mais entorpecente. Meu cérebro turvo torna abstrato todo e qualquer objeto ao meu redor. Tenho Bukowski e só uma coisa passa pela minha cabeça.
Tendo ao “bukowskolismo” porque mergulho na liberdade ilusória do álcool. Essa imersão absoluta no universo colorido dos vencedores. Uma anestesia homeopática com porções significativas de superestima. A avassaladora potência, física e mental, que meu corpo exala quando inebriado. Sou Deus, sou Baco, Dionísio, quase Bukowski! Essa minha fé maior: “Bukowskool”. Só uma coisa passa pela minha cabeça.
Os grandes dilemas emocionais, minhas crises existenciais, tanto. Durante os tediosos dias da semana, por vezes, me flagro pensando não saber exatamente quem sou, do alto dos meus vinte e tantos anos. Todos à minha volta parecem saber de si. Às vezes parecem saber de mim. Bukowski não. Bukowski não se importa. E essa é a única coisa que passa pela minha cabeça: Bukowski não se importa. Saúde!
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Uma Espécie de Evolução
Arte: Dalcio Machado
Tudo o que era parcimônia naquele pequeno universo grotesco, em Judite era pura angústia. E enquanto todas as outras lagartas disfarçavam-se em meio à folhagem, ela debruçava-se na ponta do galho mais fino, expondo-se aos pássaros famintos. Observava o mundo que havia fora dali e vez ou outra ouvia: “Não se preocupe Judite, um dia e em breve, será borboleta e voará por esse mundo!” – Ninguém entendia. Essa era sua preocupação maior, a angústia primeira. Tinha medo de atualizar-se em borboleta. Não parecia certo, nem seguro. Como poderia voar? Onde aprenderia? Como fugiria dos pássaros? Até onde alçaria seus vôos? Era melhor que fosse lagarta sempre. Queria poder escolher.
Não se criava vínculos naquela comunidade. Acreditava-se na transitoriedade daquela situação e laços fraternos ali, pareciam simplesmente sem propósito. Tinham a absoluta convicção que nenhuma borboleta se lembra que um dia foi lagarta. As borboletas nunca voltam. E nem falam a mesma língua. Judite tentava driblar a penosa rotina que a empurrava lentamente para seu destino fatal. Talvez funcionasse. Assistia aflita as gerações anteriores desaparecerem rumo ao retiro.
Não tinha escolha e apenas ela sofria seu destino. E se tornava cada vez mais iminente a partida. Duas ou três invertebradas da sua geração já haviam se despedido. Mas Judite não acreditava nas virtudes de ser uma borboleta, sequer acreditava nas borboletas. Berrou do alto do galho mais fino no dia que sentiu uma erupção saltar instantaneamente das suas costas. Devia ser a asa. Havia chegado sua vez.
Caminhou inerte tronco abaixo e tornou a sentir a vida quando tocou o solo úmido e fértil. Já estava no Além Mundo. Flertou a pequena erupção e, já não tão pequena, apresentava-se um cilindro fino e flácido dançando bobo na medida em que se arrastava. Se soubesse, acusaria ali um dedo.
Judite nasceu confusa, mas, não ali. Parecia natural o que estava acontecendo com seu corpo e, ainda sem escolha, decidiu que seguiria se arrastando em linha reta. Fosse até onde fosse, não sucumbiria ao casulo. Morreria lagarta. Pouco depois, o dedo flácido já eram cinco de um lado, quatro de outro.
Mais adiante, dois pequenos bracinhos esticavam-se arrastando as mãos, já formadas, pelo chão. Na parte anterior do corpo, outros dois pequenos membros acabavam de brotar. Não demorou para que enrijecessem e se ocupassem em carregar Judite a quatro patas. Pernas e braços.
O corpo modelava-se ruidosamente, adquiria cintura, pescoço e orelhas. Formas. Os olhos grandes e pretos encolhiam na mesma proporção e convertiam-se em azul turquesa. Brotaram pelos loiros e sedosos do topo da cabeça reformada. Ergueu-se sobre as pernas e manteve-se ereta. Judite havia mutado.
Judite, que nascera lagarta, era agora borboleta (?). Não voava e reconhecia-se lagarta. Todas as previsões estavam erradas. Caminhou retroativamente, pé ante pé, e ancorou na sombra da árvore úmida de onde viera. Sentia-se evoluída porque podia comparar-se àquilo que já não era mais. Tomou uma das folhas da árvore e enfiou-a toda na boca, com violência. Não cessou o apetite.
Observou as lagartas passivas sob a falível camuflagem e arrancou uma delas com os dedos. Olhou-a de perto e a meteu na boca, mastigando repetidamente, até que se convertesse em pasta amorfa. Chacoalhou a árvore dos pés à copa e não parou antes de todas as lagartas estarem no chão. Esmagou uma a uma. Não admitia a parcimônia daqueles seres subdesenvolvidos. Judite era mais, era mais que aquilo. Negou seu passado, embora soubesse ser, desde sempre e para sempre, nada mais que uma lagarta.
Agora Judite sentia-se sozinha. E estava sozinha. Precisava encontrar outras borboletas. Deixou para trás o holocausto que provocou sem saber para onde ir. Caminhar em linha reta parecia funcionar dentro da sua logística. Seguiu para onde os prédios ocupam o lugar das árvores e era como um jardim de borboletas. Todas elas se cruzando e se tocando, no chão, entre os prédios, sem alçar vôo. Notou que mal se comunicavam e, quando o faziam, emitiam ruídos estranhos ao mesmo tempo em que gesticulavam os membros superiores.
Tentou estabelecer contato com seus iguais e sentiu-se frustrada, pois era repelida de todas as formas. Decidiu-os imediatamente inferiores e atacou uma das borboletas menores. A violência do ataque foi tamanha que extraiu um fluído quente e grosso, de cor vibrante, do pescoço da pequena borboletinha. O mesmo líquido desceu pela sua garganta proporcionando um novo gosto ao seu paladar. A comoção foi geral e enfim sentiu-se acolhida. Muitas borboletas entrelaçaram-se a Judite e a tocavam com força excessiva.
Do instante próximo aos anos que se seguiram, Judite estava reduzida a uma pequena sala escura, com uma janela mínima para o horizonte. Passava o dia observando o mundo que havia fora dali e não dividia aquele mísero espaço com nenhuma outra borboleta. Sempre que tentavam, as atacava. Num dia, muito tempo depois, recebeu a visita de um pequeno inseto alado que vibrava as asas num amarelo cintilante. Permitiu que se aproximasse e repousasse em seu ombro. Admirou aquelas cores, a liberdade e paz do ínfimo ser e, reconheceu ali o que gostaria de ter sido se lhe fosse permitido escolher.
Invejou-a no instante posterior e suprimiu sua existência com um tapa brutal. Nasceu para viver sozinha. Refletiu durante dias até que se enrolou no canto mais extremo do seu cubículo e trançou seus membros com demasiada força, retorcendo-se e torcendo para que acordasse mais frágil no próximo dia.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Chuva de Sangue
O filme de James McTeigue é um ode à violência explícita e é preciso saber deste fator e se interessar pela causa, pois, nesse quesito a película é primorosa. Noutros, peca.
Trata-se de uma história de vingança (e violência flerta com vingança há séculos) permeada por um discreto amor interracial que não desenvolve. A construção do enredo soa apressada e ignora alguns detalhes de contextualização, alguns personagens atravessam sem propósito pela história e, a primeira cena, embora magnífica aos amantes da brutalidade exacerbada, apresenta sinais de falta de coesão na medida em que o filme se desenrola.
O personagem principal é Raizo, interpretado por um jovem artista poliperformático, o coreano Rain (ou Bi, como parece que dizem por lá). O talentoso garoto é, além de ator, também dançarino, modelo, empresário e um pop star fenômeno em seu país natal. Segura muito bem a caracterização do protagonista e, felizmente, não se veste de ninja rancoroso para cantar. Sem deméritos, mas ninja que faz cara de mau, não canta!
Bem, voltemos ao início: O que me atraiu à sala de cinema neste caso, confesso, foi a possibilidade de um novo estilo ao encalacrado Kung Fu. Pancadaria, na verdade, não é minha área. Costumo dizer que não sou macho para o cinema. Filmes de guerra, terror e artes marciais estão mais para o meu irmão, macho mesmo! Aliás, foi ele, minha indefectível companhia nessa exibição.
Porém, ainda que distante das minhas preferências ousei investir e não há arrependimento. Compactuo com meu irmão (um grande conhecedor) ao atendimento à proposta brutal. Repito que é preciso saber que o filme vai oferecer mais ação que razão. Uma apresentação mais aos olhos que ao intelecto.
E, se cabe informação adicional, James McTeigue é o diretor de “V de Vingança”, um filme que não atingiu minhas expectativas. Mas, bom nisso de promover expectativas em mim, Mr James dirigirá (segundo descobri nesse instante pelo imdb) “The Raven”, conto clássico de Poe. Já me garantiu!
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Pipoca e Pães de Queijo na Capital do Não Carnaval – Dois filmes em uma crítica
Foi um carnaval cultural esse. Como eu procurei encontrar e como o encontrei à minha procura. Metropolitano. Sem vestígios da folia tradicional e das bundas purpurinadas da TV. Estive em Belo Horizonte e adicionei uma nova capital ao meu currículo geográfico. Prós e contras. Não vim falar dela. Assisti a três filmes no cinema: “Percy Jackson e o Ladrão de Raios”, de Chris Columbus (não vim falar dele), “À Procura de Eric”, de Ken Loach e “Ninho Vazio”, de Daniel Burman (Vim falar deles!). Para o último, confesso (estou sempre confessando, não?), será uma crítica clandestina, pois, já havia visto. Mas, como não no cinema, vetei-me ao direito de citá-lo antes.
Comecemos pelo “Eric”. Que filme humano! Tantos sentimentos puramente nosso, expostos e destrinchados quadro a quadro. O filme diz respeito ao próprio Eric, um carteiro inglês em processo depressivo-destrutivo que cria os filhos que não são dele e se enche de culpa pelo fracasso do seu primeiro casamento (os enteados em questão são do segundo). Desistente das alegrias e satisfações da vida, ele entrega a seu messias (pai, filho e espírito santo) a última oportunidade de não tirar o suicídio para dançar. Entretanto o peculiar messias é seu homônimo Eric Cantona, o controverso ex-atacante do Manchester United. Admito que, mesmo sendo um boleiro entendido, desconhecia a existência de São Eric.
O filme evoca a comédia. No trailer, no cartaz e na sinopse. Eric (o Cantona) surge no filme, dentro do quarto de Eric (o carteiro) depois de uma sessão particular de maconha (surrupiada indiscretamente do mais problemático dos enteados). Mas não se engane, as quase duas horas que se seguem vão muito além do escracho absurdo que propõe. Transpira o mais astuto e homogêneo sentimento inglês de valorização a amizade, às fraquezas humanas e a impotência diante de problemas maiores. Não dispensa a comédia, muito pelo contrário, é indispensável rir. Mas um riso franco e complacente. Sem desdém pelos apuros que passa nosso anti-herói. As situações vão se direcionando a um surreal limítrofe e, dentro do contexto (singelamente) absurdista, apresenta um desfecho satisfatório e revigorante. Mas “À Procura de Eric” não chegou por acaso nos meus sentidos. Invadiu a Setlist de 2009 no meio do ano, na ocasião da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mas, adversidades da época o fizeram passar batido.
“Passou Batido”, aliás, é o nome da mostra que atirou “Eric” no meu colo, junto de “Ninho Vazio”. Trata-se de um invento de qualquer alma santa mineira que ocupou a sala do Palácio das Artes (vale a pena!) apresentando, no mês todo de fevereiro, cinco obras importantes do ano anterior. Foi uma maratona, um seguido do outro. Mas apenas estes dois!
O “Ninho Vazio” eu havia assistido há muito pouco, por muito acaso, numa situação muito clandestina de um download muito providencial em um desses sites de muitos filmes em torrent. Na época, me interessei pelo trailer e o download estava lá, me convidando como aqueles bolos de desenho animado convidam os dietistas (Me coma! Me coma!). Não sabia nada a respeito do filme e menos ainda, que algum tempo depois poderia vê-lo em telas dignas.
A propósito, peço licença para esclarecer minhas atividades ilícitas: Tenho uma política peculiar à pirataria pessoal (e jamais transcendo a pessoal), não baixo filmes que tenho a possibilidade de ver no cinema. O cinema está em primeiro plano. Sempre! É claro que essa política é furada dada a minha compulsão. Já baixei (sem querer, juro!) pelo menos três filmes que entraram em cartaz. Enfim.
O “Ninho”, particularmente, era um desses que eu gostaria muito de ter tido a honra. E a mostra “Passou Batido” me ofereceu ele a R$5,00. Um presente incalculável! É uma história daquelas que tocam a parte mais funda do coração, aquelas difíceis de tocar. Um “Peixe Grande” latino-americano. Quer dizer, sem comparações, não tratam nem o mesmo tema (diretamente), mas a sugestão do Tim Burton foi uma das recentes obras a me tocar como o “Ninho” tocou.
Leonardo, o protagonista, é um romancista reconhecido moderadamente. Martha, sua esposa, uma mãe que abriu mão da vida. Tudo pela família, carreira do marido e filhos. Têm juntos três filhos e, a trama começa quando Julia, a única filha mulher, além de adolescente e mais velha entre os três, passa a primeira noite fora de casa. Daí para frente, a beleza pela sutileza que nos é delicadamente despejada pelos personagens, poucas escolas como a da Argentina oferecem. Uma obra prima que eu não sinto sequer confiança em descrever com mais detalhes por acabar, involuntariamente, relatando mais que devo. Vale à pena. Simplesmente vale à pena.
Dois mil e dez me deu um carnaval memorável, para repor energias e reacender inspirações. Belo Horizonte me acolheu distanciando-me providencialmente da famigerada festa de inauguração ao ano comercial (hipocrisia). E se meu papel é sugerir, não hesito em negar apenas “Percy Jackson” nessa maratona. Não por ser necessariamente ruim, mas dispensável, juvenil. Talvez pela cópia ser dublada (não me atrai). Não sei, os outros dois o sobrepuseram, talvez seja só isso.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Um Irã descomplicado
Foi de propósito. Foi sim! Há muito que tento me introduzir no cinema oriental alternativo (título arbitrariamente meu). Irã e Índia são países referência na produção cinematográfica que, até onde sei se refere à quantidade, mas, até onde gostaria de saber, à diversidade e qualidade. Confesso: nunca contemplei uma película qualquer de um desses países (desconsidero o “Quem quer ser um milionário”); confesso embaraçado: tenho preconceitos com o cinema oriental; confesso dissimulado: um preconceitozinho de nada; confesso resoluto: me sinto em crise confessional!
Pois bem, o que acontece é que aconteceu há muito pouco (e pouco mesmo, mal deu tempo de fazer a digestão) a experiência prima! Minha viagem sensorial ao litoral iraniano se deu no terceiro dia do mês de fevereiro do ano de dois mil e dez. É importante cravar nos autos porque trata-se de uma experiência relevante, que se mostrou proveitosa e, mais que isso, rompeu parte do preconceito (zinho) com o oriente (é o tipo de fantasia deles que não me desce, se cabe aqui argumentos sem fundamento).
O filme em questão é “À procura de Elly”. Descobri sua existência numa despretensiosa busca por atividades de meio de semana. Fui direto às salas alternativas porque estava justamente buscando algo diferente. Quando vi a nacionalidade do “Elly”, desisti da sinopse imediatamente e me dediquei aos horários de exibição. Por se tratar de meio de semana, é preciso revolucionar os horários e encaixar, entre uma atividade e outra, a dedicação cinematográfica. Fui. Naturalmente cheguei no horário limite, depois da sessão de trailers. Uma lástima irreparável! E sim, isso tudo é apenas para dizer que sou um perfeito consumidor de trailers.
Nos primeiros minutos, lembrei da sinopse e tentei não me arrepender por ter a esnobado. Demorei um bocado para me situar com os personagens apresentados. Entendi, depois, fazer parte da proposta. A dinâmica do filme, nesse caso (e isso vai para os que também desconhecem o “cinema oriental alternativo”), é bastante aproximada da tradicional escola americana, muito fácil de acompanhar. Digo porque, do alto do meu preconceito, imaginava ou um filme transcendental com muitas referências culturais do desconhecido (a mim) mundo oriental ou, imaginava um filme transcendental com muitas referências culturais do desconhecido (a mim) mundo oriental. Sim, imaginava isso e ponto.
Na verdade trata-se de uma história de mistério. A Elly literalmente some ao alcance dos olhos de todos e o mote é saber onde ela foi parar. Começa com um grupo de amigos da época da universidade que se encontram para uma viagem de fim de semana e, sem que nos sejam devidamente apresentados, partem juntos para uma casa na praia. Só depois de alojados que nós, espectadores, começamos a entender quem é quem ali. Aliás, esse desapego à construção imediata do personagem é bastante providencial e foi o que mais se distanciou da estética padronizada dos meus típicos filmes ocidentais. Enquanto o episódio do sumiço não acontece (se dá logo depois de um afogamento), o filme é bastante morno. Depois que a trama começa a se construir, aliás muito bem engendrada, a tensão aparece e conserva os olhos atentos na tela enquanto a cabeça sugere mil hipóteses.
Eu bem que gostaria de oferecer as sensações que tive ao longo da trama, mas não pretendo influenciar as sensações alheias. O que me comprometo a contar é que o filme é muito bem articulado, tem boas atuações, não fica nada distante do padrão Sigfield de cinema, convence e, embora não deva ser a grande obra iraniana (tampouco oriental), vale como introdução. Como assimilação dos dois mundos cinematográficos. E que venha o Irã 3D.
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