- Boa noite, sou o doutor Amin.
- Ai... Oi doutor.
- Então, como você se sente?
- Mal, muito mal...
- Sente o quê?
- Que vou morrer!
- Hmmm... Seja mais prático, onde dói?
- No corpo todo. Uma fraqueza muito grande, calafrios
profundos, mal consigo enxergar.
- Entendo...
- O que o senhor acha?
- Que não deve se preocupar!
- Ah, não é grave?
- Não sei, mas digo que não deve se preocupar com isso.
- Com qual isso?
- A morte, oras!
- Ãh?
- Você vai morrer, relaxe. Me pareceu que é isso que te
preocupa!
- Não, não relaxo! Morro já?
- Talvez. Ainda não sei! De qualquer forma, cedo ou
tarde!
- Mas não quero morrer, doutor!
- Acredita em Deus?
- Claro que sim!
- Ótimo! Converse com ele, talvez possa te ajudar. Eu não
posso!
- Mas que desaforo, eu pago convênio!
- Paga sim. Mas não pela imortalidade.
- O que é isso? Me respeite, o senhor tem obrigações!
- Tem razão, tenho! Sua vida não é uma delas!
- Então o quê?
- Sei lá, a minha?
- Doutor, por amor em Deus, me ajuda! Preciso sair dessa!
Serei uma pessoa melhor...
- É mesmo? Continue...
- Um marido melhor, um pai mais dedicado, um trabalhador
mais esforçado!
- Promete?
- Tão logo melhore!
- Tenho aqui seu prontuário...
- E o que te parece?
- O que me parece?
- Sim, me diga logo de uma vez!
- Me parece gripe, meu jovem!
Um comentário:
KKKKKKK! Chorei largada! Adoro diálogos, e este então foi sensacional! O que é a vida diante da morte, não? A gente passa até a viver!
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